Afinal, poderia muito bem ser este o título de um novo e revolucionário programa televisivo de debate desportivo, do género Trio de Ataque, passe a publicidade, ou similar. Contudo, trata-se apenas de uma pequena incursão no mundo do futebol, com o único objectivo de explanar o meu ponto de vista sobre um assunto que faz parte da nossa vivência comum. À primeira vista, pode parecer um tema fora do contexto ou vocação do presente blogue, porém as lições do conhecimento adquirem-se em qualquer área da vida!
Como o título sugere, é simplesmente uma abordagem desinibida e aberta a uma questão tão cara aos adeptos do desporto rei e igualmente extensível à maioria dos outros desportos, mais ou menos conhecidos; a famigerada sorte ou azar, parceiros inseparáveis da história contada de um qualquer jogo! Argumentos sempre na ordem do dia quando se trata de acomodar uma justificação artificial para as nossas derrotas, assim como minimizar e desprezar as merecidas vitórias do nosso adversário! Perdemos porque tivemos muito azar, logo por oposição eles tiveram mesmo muita sorte! Claro que quando a situação se inverte e a vitória nos sorri, aí o mérito já foi todo nosso, a dita nem sequer é chamada para o caso!
Vem a propósito a situação vivida recentemente por um conhecido clube de Lisboa, que esteve durante uma longa série de jogos sem conseguir alcançar as tão desejadas vitórias. Questionados, jogadores, treinadores e dirigentes foram unânimes! Foi manifesta falta de sorte! Vejam bem que em meia dúzia de jogos, atiraram nada mais, nada menos, que oito ou nove bolas ao poste ou à barra! Caramba, é preciso ter mesmo muito azar!
Examinando a situação de um ponto de vista meramente lógico e racional, diremos então, que atirar estas bolas todas à barra, foi o mais puro dos azares. Em contrapartida, quando sucede precisamente o contrário, isto é, a bola rematada descreve um arco tão deliciosamente imprevísivel como desconcertante e se aninha docemente, lá no cantinho mais fundo da baliza, é afinal uma mera questão de sorte? Não, não! Aqui já todos os comentadores desportivos, entendidos e adeptos em geral, se apressam a dizer que o avançado é muito bom, competente e eficaz!
Resumindo, porque a coisa está a ficar meio confusa, é assim; bola na barra = azar, se a bola entra = competência! Isto do ponto de vista dos adeptos do clube em causa, porque perante a análise dos adversários, a situação inverte-se.
Transportando esta forma de pensar e sentir para a nossa vida real, para a vida em que temos de trabalhar arduamente em prol da sobrevivência e dos objectivos a cumprir, as expressões sorte e azar são também mal usadas e geralmente de forma abusiva, intencional, como a única e evidente explicação para os sucessos e insucessos que nos atingem. Porém, de um modo bárbaro e ciumento, é o sucesso dos outros o que mais nos incomoda.
Curiosamente, estas duas palavras de sentido completamente oposto, sorte e azar, encontram o mesmo significado num único termo, ou seja, o acaso!
Apesar de todos estes considerandos, em boa verdade vos digo, se há algo que aprendi nesta ainda curta e incansável experiência de vida, em que de facto passamos pelos mais diversos tipos de situações e muitas coisas nos acontecem, boas e más, previsíveis ou inesperadas, felizes e infelizes, agradáveis ou desagradáveis, é minha percepção de que nada, ou quase nada, acontece por… acaso!
Apesar de todos estes considerandos, em boa verdade vos digo, se há algo que aprendi nesta ainda curta e incansável experiência de vida, em que de facto passamos pelos mais diversos tipos de situações e muitas coisas nos acontecem, boas e más, previsíveis ou inesperadas, felizes e infelizes, agradáveis ou desagradáveis, é minha percepção de que nada, ou quase nada, acontece por… acaso!